Só acontece uma vez...

Mais um dia passava e Beatriz estava num mundo desconhecido a partir do momento em que a sua vida mudara.
Uma mudança de rapariga ingénua, para rapariga de olhos abertos para o futuro. Uma mudança que, no fundo, só ela conhecia bem.
Pela primeira vez amou de verdade e tudo lhe indicava um amor verdadeiro, mas depressa se apercebeu de que era ilusão.
Como poderia alguém magoá-la tanto? E a resposta por mais que tentasse não vinha, estava presa algures. Tudo mudou quando o namorado de Beatriz resolveu dar um passo em frente na relação, algo que para ela teria de esperar mais tempo.
Para Nuno, a opinião da namorada, nada importava e só assim, Beatriz conseguiu ver que o amor vindo dele nunca tinha existido.
O sofrimento apoderou-se rapidamente do seu corpo que teimava em ser forte e queria continuar a vida. Não conseguia acreditar no seu passado. Teve medo de voltar a amar e tornou-se numa pessoa dura e fria .
Percebeu que o sucedido não devia ser considerado como um aspecto negativo mas como algo de positivo para encarar o futuro. Não era mais a rapariga ingénua mas a rapariga que ninguém conseguia enganar porque "embora os seus olhos sejam os mais pequenos do mundo, o que importa é que eles vejam o que os homens são no fundo".
Anos depois, num dos seus frequentes passeios pela praia conheceu Jorge, um jovem cego, mas com grande coração.
A amizade entre eles cativava qualquer pessoa. Beatriz apaixonou-se por Jorge, mas o seu medo voltou ao seu espírito. Jorge apercebeu-lhe os sentimentos e os medos, pelo que tudo fez para que Beatriz se sentisse feliz e segura.
Beatriz percebeu que Jorge era sincero, porque a amava de verdade e não pela cor de cabelo ou pela cor dos olhos.
E assim reconheceu que não há caminhos novos, o que é diferente é a forma de caminhar.
(by me)
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