Chama eterna da vida
É mais um dos dias que o céu cinzento agarra toda a melancolia. Menos a minha. A minha imaginação voa mais alto que qualquer pomba vagueando no céu pintado com os meus olhos. Desenho o caminho com a ponta do dedo, como uma criança orgulhosa da sua obra de arte. Falta a cor principal. Choro, fingindo ser a chuva de toda a figuração. A chama vai desaparecendo entre a chuva. Choro ainda mais. As lágrimas são agora o fogo da alma desesperada. Os gritos silenciosos fazem a mais bela melodia. E os olhos brilham. Não de medo, de desejo. E as mãos procuram o teu sussurrar. Não de desejo, de medo.