Mistérios
Arrasto os pés sobre o passeio que se vai delineando com traços de agonia mesmo sobre os olhos dissipados de tanto vento. Vou vendo o mundo em tons de cinzento. Culpa minha. Olho o relógio e os ponteiros lá andam atordoados. Como eu. Pessoas vão suando palavras por entre poros falsos como a sua própria alma. Vão originando factos entre gírias e verbos que nunca sentiram. A imaginação não voa. As palavras não querem sair. O desejo aperta o coração de medo e de saudade. E lá continuam as pessoas sobre o mesmo mundo em tons de cinzento e de desespero. E mesmo quando o mundo inteiro ainda veste o cinzento, aparece mais um ser. Não, não vem nessa cor estúpida que todos ateimam em cotiar. Tem com ele o vermelho. Da paixão ou do pecado?
Sorrio sobre esta intriga. Os seus lábios vão rodopiando letras e mais letras e verbos que parece sentir. Troco um olhar cúmplice com toda esta cor ao mesmo tempo que o mundo continua embriagado no cinzento.
Sorrio sobre esta intriga. Os seus lábios vão rodopiando letras e mais letras e verbos que parece sentir. Troco um olhar cúmplice com toda esta cor ao mesmo tempo que o mundo continua embriagado no cinzento.