
Tinha um simples saco de tecido tão macio como a sua pele. Todos sabiam que dentro do saco havia estrelas das mais diversas formas, cada uma com um nome, cada uma mais brilhante do que a outra. Também os olhos as guardavam. Brilhavam mais que o saco cheio. Olhava o céu na esperança de as ver para contar a sua história e de lhe aquecer o coração. E cada estrela era mais um dia para viver. Guardava-as na esperança de adiar a eternidade. E ele sonhava com estrelas que o rodiavam, até que uma lhe contou que a eternidade é cada ser que a constrói e as estrelas apenas ajudam a ver o caminho. E a partir daí durante a noite abria o saco, tirava uma mão cheia de estrelas cada vez mais incandescentes e mandava-as ao ar enquanto respirava a sua liberdade. E adormecia ao vê-las brilhar no céu...