Segredo(s)
Segredo I
As folhas secas desenham o meu caminho. Piso uma a uma e oiço a bela melodia. O baloiço enferrujado oscila por entre o vento. Sorrio ao pensar que já foi o meu refúgio. Abro a porta. A casa está escura, a única luz é a da vela já cansada do seu próprio calor. Pego na vela e subo as escadas. O som da madeira atormenta. Os quadros refletem memórias. As portas tão trancadas, menos aquela que sempre me mortificou. Fecho os olhos tentando ganhar coragem para avançar. Por debaixo da porta há uma luz forte. Respiro fundo e abro a porta. O ranger mórbido preenche a casa vazia. A luz da lua transpõe sobre os vidros da única janela. O aroma daquela divisão depressa o reconheço. Era o mesmo que se revelava durante as noites, durante os sonhos perdidos. Ao fundo vejo a boneca que eu julgara perdida. As paredes escondem palavras perdidas. Palavras pronunciadas com sangue. Numa das paredes apenas se sobressai "Até sempre"...
Segredo II
Ao virar-me vi na outra parede os dias contados em forma de tracinhos. A parede estava completa e o mais estranho é que eram feitos a sangue. Parecia que alguém queria contar os últimos dias com o seu próprio sangue, com a sua própria alma. Talvez esses dias tivessem um significado. Talvez cada palavra do outro lado fosse o reflexo de cada dia. Ainda parecia estar vida nesta cubiculo. A cama tava feita. O silêncio do quarto parece ser de há muito tempo, mesmo naqueles dias que a casa esteve cheia de gente. Ao lado da cama estava uma caixa velha cheia de pó e a medo descobri fotos minhas desde que nasci. Pareciam relíquias. A porta fechou-se de repente deixando a sensação que não estava sozinha. Uma leve ventania passou nos meu cabelos. Tentei ir até a porta, mas de repente uma voz me repreendeu. Ao virar-me vi alguém de costas com asas de anjo. Não conseguia ter qualquer reacção. Era agora um ser inanimado. Era ele que me protegia durante a noite (tenho a certeza). Voltou a escrever na parede e desta vez com o meu sangue também. "Não podemos fugir ao nosso fim...". Era como se alguém me estivesse a roubar a alma. Acabei por o abraçar não sei se por medo ou por me sentir tão protegida.
As folhas secas desenham o meu caminho. Piso uma a uma e oiço a bela melodia. O baloiço enferrujado oscila por entre o vento. Sorrio ao pensar que já foi o meu refúgio. Abro a porta. A casa está escura, a única luz é a da vela já cansada do seu próprio calor. Pego na vela e subo as escadas. O som da madeira atormenta. Os quadros refletem memórias. As portas tão trancadas, menos aquela que sempre me mortificou. Fecho os olhos tentando ganhar coragem para avançar. Por debaixo da porta há uma luz forte. Respiro fundo e abro a porta. O ranger mórbido preenche a casa vazia. A luz da lua transpõe sobre os vidros da única janela. O aroma daquela divisão depressa o reconheço. Era o mesmo que se revelava durante as noites, durante os sonhos perdidos. Ao fundo vejo a boneca que eu julgara perdida. As paredes escondem palavras perdidas. Palavras pronunciadas com sangue. Numa das paredes apenas se sobressai "Até sempre"...
Segredo II
Ao virar-me vi na outra parede os dias contados em forma de tracinhos. A parede estava completa e o mais estranho é que eram feitos a sangue. Parecia que alguém queria contar os últimos dias com o seu próprio sangue, com a sua própria alma. Talvez esses dias tivessem um significado. Talvez cada palavra do outro lado fosse o reflexo de cada dia. Ainda parecia estar vida nesta cubiculo. A cama tava feita. O silêncio do quarto parece ser de há muito tempo, mesmo naqueles dias que a casa esteve cheia de gente. Ao lado da cama estava uma caixa velha cheia de pó e a medo descobri fotos minhas desde que nasci. Pareciam relíquias. A porta fechou-se de repente deixando a sensação que não estava sozinha. Uma leve ventania passou nos meu cabelos. Tentei ir até a porta, mas de repente uma voz me repreendeu. Ao virar-me vi alguém de costas com asas de anjo. Não conseguia ter qualquer reacção. Era agora um ser inanimado. Era ele que me protegia durante a noite (tenho a certeza). Voltou a escrever na parede e desta vez com o meu sangue também. "Não podemos fugir ao nosso fim...". Era como se alguém me estivesse a roubar a alma. Acabei por o abraçar não sei se por medo ou por me sentir tão protegida.
Dedicado a ti*