A estrada
Conheço bem o caminho. A casa da direita com um grande jardim. A casa ao lado, amarela mesmo na curva desta estrada pouco movimentada. Numa destas alguém nasceu e cresceu durante todas as vezes que me perdi neste trajecto. Mas não os conheço. Nem nunca vi ninguém. Doce infância. Eu sim, cresci neste vaivém de dias e noites no banco de um automóvel por onde já contei árvores, persegui a lua com o olhar ou até mesmo a dormir. Não é arrependimento, mas sim saudade, porque fui feliz e livre. No principio, durante e, no fim de cada viagem.